é banhado pelo rio Aventureiro que, serpeando, desce descrevendo graciosas curvas, promovendo belíssima cascata pela Fazenda da Torre abaixo, encachoeirando-se, ainda para brilhantismo seu, nas proximidades de sua embocadura. No início do século dezenove, já havia notícia sobre a fertilidade daquelas terras e atraiu muitos aventureiros que receberam sesmarias.Era assustadora a quantidade de onças na região, e somente homens bem arrojados seguiam para ali. A primeira leva de aventureiros acampou as margens de um rio, ao qual denominaram Aventureiro e por ser dia de Santo Antonio – 13 de junho – foi batizado então o lugar de Santo Antonio do Aventureiro. “Esses aventureiros, já então domiciliados no pequeno povoado, durante várias semanas ocupavam-se com a divisão e demarcações de suas terras, e a folga de um domingo possibilitou que fossem visitar a Cachoeira Alta para sossegadamente, apreciarem aquele inestimável penhor de terra.” - fonte Agnelo VitralCronologia: De seu povoamento por volta de 1818 até 1852, o povoado de Santo Antonio do Aventureiro pertencia ao Município de Mar de Espanha. Em 04 de maio de 1852, tornou-se Distrito de Santo Antonio do Aventureiro. Em 07 de setembro de 1923, seu nome mudou-se para Aventureiro. Em 17 de dezembro de 1938, foi incorporado ao Município de Além Paraíba. Em 30 de dezembro de 1962, foi criado o Município – Lei 2.764, e restabelecimento do nome primitivo – Santo Antonio do Aventureiro. Em 01 de marco de 1963, foi instalado o Município.Um Patrimônio Especial no Alto da Serra
Em nossa região estamos tão acostumados com a pouca valorização que, às vezes, achamos que ela é algo razoável, que é normal e que as coisas boas não existem - nunca a mereceremos. Deixamos de exigir qualidade, reivindicar nossos direitos e acreditamos que, o que nos oferecem, é um favor e não um direito.
Ficamos distantes do que é civilizado, mas o que é civilizado? Civilizado é derivado de civilização, palavra que surgiu na França iluminista do século dezoito com significado moral: ser civilizado era ser bom, urbano, culto e educado. Para os iluministas, a civilização era uma característica cultural que se contrapunha à idéia de barbárie, de violência, de selvageria. Além disso, ser civilizado era um ideal que todos os povos deveriam almejar, mas que poucos tinham alcançado. Assim, hoje, quando qualificamos um indivíduo de civilizado, ainda estamos utilizando o conceito iluminista, considerando-o uma pessoa educada, pacífica e culta, que se contrapõe aos violentos, àqueles que consideramos rudes e incultos.
Tudo isso foi explicado para defender a idéia de preservação do patrimônio histórico de Santo Antonio do Aventureiro, da sua importância e do benefício que tal atitude oferece.E o que vem a ser patrimônio histórico? É tudo aquilo produzido pela humanidade no tempo e no espaço; a herança material e imaterial deixada pelos antepassados, composta por um complexo de bens históricos.
Santo Antonio do Aventureiro possuí um acervo monumental muito importante que está sendo preservado através da tradição e da perseverança de seu povo e de movimentos, como do perseverante Padre Antonio Gabriel, que vem lutando na restauração da Igreja Matriz de Santo Antonio, uma construção das mais belas de nossa região. A importância desta preservação é imensurável, não tem como medir e deve ser motivo de orgulho para a população.
A cidade possui um casario colonial belíssimo da época do café, período importante da história do Brasil e de nossa região e do Vale do Paraíba. As autoridades municipais daquela localidade devem ter um olhar mais atento e mais critico nas construções em torno destes casarios, de não deixar se descaracterizar este acervo que estão tão bem preservados pelos seus proprietários.Não é minha proposta filosófica ficar apontando atitudes incorretas, mas o papel de um agente histórico é de valorizar, conscientizar e de defender a idéia de preservação deste tão importante patrimônio que Aventureiro possui e que todos devem se orgulhar.